No segundo dia da 43ª AGO, encontro nacional da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), foi votada e aprovada a Declaração de Fé das Assembleias de Deus.
O atual presidente, pastor José Wellington Bezerra da Costa elogiou os pastores membros da Comissão Especial que elaboraram a declaração. Deu destaque para o trabalho realizado pelo pastor Esequias Soares, que a presidiu.
Desde meados do ano passado o material foi colocado sob o crivo dos líderes para aprovação e análise do conteúdo, que podiam enviar sugestões. O pastor Douglas Baptista fez a leitura da versão final do documento que fora previamente submetido a todos os líderes das ADs do Brasil.
Ao longo desta quarta (26), a comissão, formada por 18 integrantes, realizou debates com os propositores de acréscimos e alterações. Foram feitas pequenas alterações em relação ao texto original. Ao final, a Declaração foi aprovada integral e unanimemente.
Segundo o próprio documento, a ideia é que ele sirva como parâmetro para as igrejas de todo o país, além de servir “como proteção contra as falsas doutrinas” e “contribuir para a unidade do pensamento teológico”.
Documento robusto
Dividido em 24 capítulos, o material apresentado tem mais de 100 páginas e pode ser lido na íntegra aqui.
Em linhas gerais, a declaração oferece um compêndio do que historicamente é ensinado na maioria das obras de teologia sistemática protestantes. Na introdução, há a lembrança que a maior parte dessas doutrinas “já são ensinadas nas igrejas desde a chegada ao país dos missionários fundadores, Daniel Berg (1884–1963) e Gunnar Vingren (1879–1933)”.
Contudo, faz a ressalva que o contexto social e político do país “exige uma definição daquilo em que a Igreja crê e daquilo que professa desde as suas origens. As Escrituras Sagradas… precisam ser interpretadas para que todos conheçam a sua mensagem”.
Isael de Araújo, historiador da Assembleia de Deus, lembra também que um dos fundadores da denominação, Gunnar Vingren publicou em 16 de abril de 1919, o artigo “O que nós cremos”, que apresentava quase 100 anos atrás suas convicções teológicas.
Posteriormente, o missionário sueco Otton Nelson (em janeiro de 1931) e o missionário americano Theodoro Richard Stohr (em outubro de 1938) voltaram a escrever sobre o tema no jornal da denominação, o Mensageiro da Paz.
Desde 1969 o “Cremos”, publicado em cada edição do jornal Mensageiro da Paz, era a única Declaração oficial da Igreja sobre seu posicionamento doutrinário. Ele serve de base para a nova Declaração de Fé, uma vez que seus dezesseis artigos de fé são explicados agora seguindo a mesma sequência de assuntos. Os demais capítulos tratam de temas ensinados pela Igreja, que não faziam parte do “Cremos”.
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