Recentemente, um grupo de Portas Abertas visitou um país muçulmano fechado. Os cristãos locais deste país são tão poucos e vulneráveis que nós não podemos publicar o seu nome. Pode parecer que, exceto através da oração e da entrega de alguns materiais, há muito pouco que nós podemos fazer em países como estes. Contudo, os irmãos nesta viagem sentiram que o Senhor realmente fez do grupo de cristão que vive ali uma benção para ele. Aqui está um testemunho de um dos visitantes de Portas Abertas.
"No primeiro dia de nossa viagem, visitamos uma igreja de cristãos deportados. Foi a única visita a uma igreja que nós tínhamos mais ou menos certeza que aconteceria, porque havíamos marcado um encontro com o pastor. Nós fomos recebidos com muita alegria! Senti-me muito pobre quando vi como eles se regozijavam no Senhor em meio as suas circunstâncias difíceis. Como a minha vida é fácil e com que freqüência eu esqueço de ser grato por isso! É claro, eles ficaram felizes com os materiais cristãos que nós havíamos trazido para eles, mas parecia, para mim, que a nossa presença significava, pelo menos, um outro tanto para eles. Nós prometemos aos nossos irmãos e irmãs que contaríamos às pessoas em nossos países sobre eles e sobre a sua situação. Nós lhes falamos que continuaríamos a orar por eles e pelo país que eles vivem.
Após o término do culto, eu tive a oportunidade de conversar com o pastor. Ele me falou que ele tinha conhecimento de poucos cristãos locais na sua cidade. O evangelismo é extremamente proibido, mas as pessoas sempre se interessam em discutir sobre religião. 'Isto cria uma oportunidade de trazer o Evangelho para os habitantes da cidade', explicou ele, 'mas você tem que ser extremamente cuidadoso. Onde a discussão termina e o evangelismo inicia? Se você for muito longe, os riscos são enormes'. Eu lhe perguntei como nós poderíamos orar por ele. Ele respondeu:
'Existem claramente quatro fortalezas neste país que impedem o Evangelho de entrar nos corações de pessoas. Estas são: medo, desconfiança, islamismo e magia.
1.Todos os cristãos, tanto habitantes locais como exilados, temem testificar sua fé. Ore contra este espírito de medo.
2.Cristãos oriundos do próprio local não confiam em outros cristãos com a mesma procedência. Eles ficam sós e falta comunhão uns para com os outros. Ore contra este espírito de desconfiança.
3.O islamismo nega algumas importantes doutrinas cristãs, como a natureza corrompida do homem e a crucificação de Cristo. É muito difícil para os muçulmanos se livrar destas idéias. Ore contra este espírito do islamismo.
4.A influência da magia é imensa nesta região; pode, até mesmo, ser maior do que a influência islâmica. Em alguns casos, as pessoas que deixaram o islamismo não conseguem parar de fazer rituais de magia. Ore contra este espírito de magia.
Felizmente, eu vejo estas quatro fortalezas desintegrarem-se, mas ainda necessita muita oração'.
Nós entramos no país como turistas regulares. Desta forma, a maioria dos nossos dias foi preenchido com visitas a lugares turísticos. Por este motivo, houve pouca oportunidade de encontrar os habitantes locais. Quando, finalmente, tivemos a chance de conversar com alguém, ficamos assombrados com a rapidez com que a conversa se dirigiu à religião. Para nossa surpresa, este homem amigável e versado sabia que há cristãos no seu país. 'Há muito poucos cristãos em áreas remotas', ele nos contou. 'Isto não é problema; temos liberdade de religião aqui. É claro, este é um país islâmico e esta é a maneira que permanecerá para sempre'. Nós descobrimos que seu modo de pensar era excepcional. A maioria das pessoas simplesmente não aceita a idéia de ter cristãos ali. Todos são muçulmanos e ponto final.
Nós não tínhamos planejado encontrar mais cristãos durante a nossa viagem, mas todas as portas que nós batemos foram abertas. Muito especial foi uma reunião de oração que nós aparecemos sem aviso prévio, em um horário irregular do dia. As pessoas nesta igreja, todos estrangeiros, ficaram alegres em nos ver. Eles oraram todos os dias por sua igreja e pelo país. Foi um privilégio unir-nos a eles em suas orações.
Mas, talvez, mais especial foram os comentários dos habitantes locais que estavam viajando conosco. Após guiar-nos em uma tarde, um guia local nos perguntou: 'Como vocês se conhecem?' Quando nós lhe contamos que não nos conhecíamos antes de nossa viagem, ele ficou surpreso. 'A forma que vocês interagem se assemelha a uma família'. Nós lhe explicamos que todos nós somos cristãos e sim, nesse sentido, nós, realmente, somos irmãos e irmãs. Um outro guia nos mostrou sua confiança quando nos trouxe sua filha ao jantar de despedida. Foi a primeira vez que esta menina coberta de véu se encontrou com estrangeiros. Seu pai nos falou: 'Vocês são um grupo legal. Eu gostaria que ela os conhecesse'.
Temos sido abundantemente abençoados por esta viagem, e cada um, assim como todos nós, estamos altamente motivados a relembrar as pessoas deste país em oração: os cristãos exilados, os cristãos locais e, de alguma maneira, o grande grupo de habitantes que ainda não conhece o Senhor".
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