De tempos em tempos a humanidade vive picos de expectativa apocalíptica. Tal fenômeno acontece proporcionalmente ao desencanto e ao temor e conforme o inconsciente coletivo vai assimilando as impressões de urgência. Estamos em dias assim, quando a intolerância étnica, a xenofobia e o racismo ressurgem; as tragédias naturais de grande proporção alardeiam nossa vulnerabilidade; os recursos naturais entram em escassez; faltam líderes mundiais que inspiram ideais de nobreza e revolução, ao mesmo tempo em que sobram escândalos de corrupção, enriquecimento ilícito e tiranias políticas; quando o consumismo governa absoluto as motivações individuais e corrompem especialmente os apelos religiosos.
Dias de sensação de fim, senão do mundo, pelo menos de uma época. A sensação que se estabelece é a de que uma sociedade inteira precisa ser reeditada, de que o processo de civilização chegou no emparedamento, não há como prosseguir no rumo que tomou, precisa acabar a fim de que uma nova civilização comece.
Tal sensação de fim invade nossas almas e nos pressiona à falta de sentido. Os intelectuais descrevem deste modo a pós-modernidade, a era líquida, onde não há absolutos, mas também não há significados sólidos para quase nada. No final das contas, há muita correria promovida por pessoas ocupadas com questões que não são de fato importantes, mas que oprimem mais ainda aqueles de nós que enxergamos que não há muito sentido no que está acontecendo, mas que nos encolhemos diante do frenesi de quem se movimenta na ciranda da vaidade de produções sem significado.
Boa parte da humanidade está ocupada com imagem, vaidade, discussões tolas, consumo desnecessário. E aqueles que assumem que tais movimentos são vazios de significado são tratados como doentes. Alguém já disse que antes de você aceitar um diagnóstico em depressão, especialmente em nossos dias, certifique-se de que não está apenas cercado de idiotas. Se ter depressão é não encontrar sentido em boa parte de tudo o que é produzido, então me internem.
Jesus de Nazaré disse que dias assim viriam sobre nós e disse também o que deveríamos fazer para nos proteger. Sempre que meu coração sente a realidade niilista esmagadora de nossa geração medíocre, fraca, piegas, barulhenta, vaidosa, seca e cega, volto para as palavras de Jesus, que afirmou que nesses dias é necessário proteger o "coração de bebedeiras, orgias e ansiedades da vida".
As bebedeiras geram o efeito do entorpecimento, aquilo que tem o poder de nos roubar a clareza, a capacidade de discernir, de pensar, de avaliar. Deste modo, muito além do entorpecimento promovido por substâncias químicas como álcool, drogas lícitas e ilícitas, precisamos é tomar cuidado com tudo o que ao nosso redor tem o poder de entorpecer-nos, anestesiar nossos sentidos, roubar nossa capacidade de reflexão. Coloque nesse copo a produção artística e cultural, os programas de televisão, jornais, livros. Adicione as religiões, suas leituras literais de textos morais, sua capacidade de gerar rituais vazios de sentido e catarses de transes emocionais. Cuidado com aquilo que lhe rouba a capacidade de pensar, especialmente você que é religioso.
As orgias são experiências extremas de quem busca o prazer pelo prazer, como um fim em si mesmo, sem limites. Tudo na vida precisa carregar um significado maior, amplo. Ao ser humano compete não apenas experimentar através dos sentidos, mas dar sentido a cada uma de suas experiências. A comida, o sexo, a dor, tudo em nós está ligado à maneira como enxergamos a existência e como nos relacionamos com tudo o que nos cerca. Há sim limites éticos que precisam ser respeitados em todas as experiências que vivemos e o prazer pessoal não é a maior razão de tudo. Há outras razões. Quem busca prazer pelo prazer se desumaniza e desumaniza os outros. Eu não posso viver, fazer e ter tudo o que meu desejo determina, mas preciso domesticar meu desejo a um projeto de existência maior que eu. Quando a felicidade pessoal se torna o absoluto, então o prazer é o limite e a existência toda se torna uma orgia.
As ansiedades da vida são apenas o resultado que nosso viver complexo, amedrontado, sem significado e egoísta produz. Estamos todos com medo. Medo de não ter tudo o que achamos que precisamos ter para sermos felizes, medo do mundo acabar, medo de não valer a pena, medo de não amar e ser amado, medo de ter medo. Por isso vivemos com tantas fobias, desânimos, tristezas, lamentos.
Precisamos de conversão. Dizer ao Criador que não deu certo, que nosso jeito de ser gente é de viver neste mundo não deu certo.
Reflita, não siga o que nossa geração vazia grita pelas ruas. Desconfie de seus desejos, abra mão da tirania de satisfazer tudo o que deseja, você não é um animal qualquer guiado por instintos, você é um ser que busca sentido, é um ser espiritual, não aceite apenas reproduzir, busque o sentido em tudo o que faz. Buscando o sentido da existência em Jesus Cristo, em sua Palavra, em seu Evangelho de amor e paz, seu coração encontrará o lugar de descanso para toda ansiedade que torna sua existência um peso.
Creia-me. Olhe pra dentro de si mesmo e reflita sobre o que faz ou não sentido em sua vida. Abandone a Religião que gera entorpecimento e a busca de felicidade individual no que é mais tolo e passageiro na vida.
E que o Criador nos ajude a encontrar sentido!
- Alexandre Robles
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