Patrícia Ribeiro Alves dos Santos, mãe de Miguel, de 2 anos, assassinado com um tiro no peito, chora ao lembrar que o filho morreu ao tentar proteger o irmão de um ano que estava no carrinho.
O menino foi vítima de bala perdida, na noite de sábado, no bairro Moreninha II.
A mãe conta que no dia da morte fez como de costume, levou os filhos para o trabalho do esposo, Mauro César Chaves da Costa, um ponto de mototaxi na Moreninha.
“Passamos o dia lá”, relembra Patrícia. “Fui para minha última corrida e disse para Patrícia arrumar as coisas para irmos para casa”, interrompe o marido se adiantando na narrativa.
Patrícia retoma a conversa para dizer que estava colocando as coisas das crianças no carro para partir. “De repente a moto parou e eu vi um rapaz atirando no outro.
O Miguel correu para proteger o Gabriel que estava no carrinho. Eu vi que uma pessoa foi atingida, então eu peguei o celular para chamar o socorro. Enquanto eu estava ao telefone, alguém gritou: ‘dona larga este telefone e vem socorrer o teu filho que foi baleado’”, recorda com lágrimas correndo pelo rosto.
Ela conta que quando pegou o filho percebeu que ele sangrava muito, apesar disso tentou transmitir confiança a Miguel. “Disse para ele que não era nada que tudo iria ficar bem. Mas nem eu me convenci. Vi que os olhos dele viravam e que ele já não respirava”, relembra.
Uma das testemunhas, que não quis se identificar, relata que duas pessoas estavam em uma moto Honda Falcon, de cor preta. O garupa sacou a arma e disse: “você não morreu da primeira vez. Você vai morrer agora”.
Tragédia – Patrícia recorda o quanto o filho era querido por todos. “Desde a minha gravidez, meus amigos traziam presentes para ele. O Miguel era amigo dos vizinhos, todos os dias ele tinha de ir neste aqui do lado para tomar lanche”, aponta para a casa vizinha.
“Ele está fazendo muita falta”, lamenta, lembrando que o menino sempre cantava os hinos que aprendia na igreja que frequenta.
Mauro conta que a filha mais velha está muito abalada com a morte do irmão. “Ela viu todo o desespero da mãe e o Miguel morrendo”.
Mesmo com o a perda, a família evangélica, disse que não sente desejo de vingança e busca conforto na fé. “O nosso caso está entregue nas mãos de Deus. A pessoa que fez isso com o meu filho pode fugir dos bandidos e da Polícia, mas não da justiça divina”, desabafa.
Miguel Alves da Costa completaria três anos de vida no dia 21 de maio.
Um rapaz, identificado como Felipe, é o principal suspeito pelo assassinato do menino. Ele desapareceu após a morte e é procurado pela Polícia,
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